terça-feira, 16 de agosto de 2011

GERMANO ALMEIDA (1945) - ESCRITOR CABO-VERDEANO

Do escritor cabo-verdeano Germano Almeida, a Editorial Caminho publicou, em 1999, O Dia das Calças Roladas. A obra narra os acontecimentos que tiveram lugar na ilha de Santo Antão, nos dias 30 e 31 de agosto de 1981. Esses mesmos incidentes surgiram durante a discussão do projecto de lei da reforma agrária para Cabo Verde. Nessa época estavam ainda frescas as consequências resultantes do golpe militar na Guiné-Bissau que tinha derrubado Luís Cabral, terminando com o sonho daqueles que durante décadas alimentaram uma ideia de um país livre formado pelos povos da Guiné e de Cabo Verde. Na sequência desse golpe, o PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde) dá lugar em Cabo Verde ao PAICV (Partido Africano da Independência de Cabo Verde), um partido que ideologicamente se tem situado entre o socialismo e a social-democracia.
Germano Almeida que recorre à verdade dos factos, apresenta-os numa linguagem repleta de ironia. A preocupação que tem com a verdade, ilustra-a com palavras de um soneto de Camões e que mais tarde serviram de divisa ao livro de Jorge Amado, Os Subterrâneos da Liberdade. Numa obra, em que Jorge Amado procurou traçar um panorama da vida política brasileira, nos anos da ditadura do Estado Novo (1937-1945), de Getúlio Vargas. E assim pensando nos versos de Camões, que não chegou a transcrever,

"Metida tenho a mão na consciência,
E não falo senão verdades puras
Que me ensinou a viva experiência."

Germano Almeida conta com verdade aqueles acontecimentos de 1981, e também com muito humor.
Germano Almeida nasceu na ilha da Boavista, Cabo Verde, em 1945. Licenciou-se em Direito, na Universidade de Lisboa. Posteriormente, veio a seguir a carreia de advogado na cidade de Mindelo.

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