quinta-feira, 13 de outubro de 2011

ISOBEL DIXON (1969- ) - POETISA SUL-AFRICANA

A poetisa Isobel Dixon, nascida e educada na África do Sul, possui o grau académico de Mestre em Literatura Inglesa e Linguística Aplicada, em Edimburgo.
Do seu trabalho figuram traduções de romances afrikaans para o inglês. Como poetisa publicou uma colecção "Weather Eye" (Carapace, 2001) com que venceu o Sanlam Prize e o Olive Schreiner Award na África do Sul. Mais recentemente, publicou uma outra compilação, "A Fold in The Map" (2007), no Reino Unido e na África do Sul.
Trabalha na Blake Friedmann como agente literária de numerosos escritores sul-africanos.
Fontes: Isobel Dixon, Wikipédia; Blake Friedmann, consulta em 13/10/2011.

sábado, 20 de agosto de 2011

MIA COUTO - ENTREVISTA

O jornal Educar para Crescer publica uma entrevista com o escritor moçambicano Mia Couto, feita pelos alunos do 3.º ano do Ensino Médio do Colégio São Luís, em São Paulo, Brasil. Nela Mia Couto, através da sua experiência pessoal, fala da educação e do livro em Moçambique, das suas raízes portuguesas, do acordo ortográfico. As respostas de Mia Couto são particularmente interessantes na forma como consegue desconstruir as imagens preconcebidas como muitas vezes uns povos têm de outros povos.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

GERMANO ALMEIDA (1945) - ESCRITOR CABO-VERDEANO

Do escritor cabo-verdeano Germano Almeida, a Editorial Caminho publicou, em 1999, O Dia das Calças Roladas. A obra narra os acontecimentos que tiveram lugar na ilha de Santo Antão, nos dias 30 e 31 de agosto de 1981. Esses mesmos incidentes surgiram durante a discussão do projecto de lei da reforma agrária para Cabo Verde. Nessa época estavam ainda frescas as consequências resultantes do golpe militar na Guiné-Bissau que tinha derrubado Luís Cabral, terminando com o sonho daqueles que durante décadas alimentaram uma ideia de um país livre formado pelos povos da Guiné e de Cabo Verde. Na sequência desse golpe, o PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde) dá lugar em Cabo Verde ao PAICV (Partido Africano da Independência de Cabo Verde), um partido que ideologicamente se tem situado entre o socialismo e a social-democracia.
Germano Almeida que recorre à verdade dos factos, apresenta-os numa linguagem repleta de ironia. A preocupação que tem com a verdade, ilustra-a com palavras de um soneto de Camões e que mais tarde serviram de divisa ao livro de Jorge Amado, Os Subterrâneos da Liberdade. Numa obra, em que Jorge Amado procurou traçar um panorama da vida política brasileira, nos anos da ditadura do Estado Novo (1937-1945), de Getúlio Vargas. E assim pensando nos versos de Camões, que não chegou a transcrever,

"Metida tenho a mão na consciência,
E não falo senão verdades puras
Que me ensinou a viva experiência."

Germano Almeida conta com verdade aqueles acontecimentos de 1981, e também com muito humor.
Germano Almeida nasceu na ilha da Boavista, Cabo Verde, em 1945. Licenciou-se em Direito, na Universidade de Lisboa. Posteriormente, veio a seguir a carreia de advogado na cidade de Mindelo.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

BUCHI EMECHETA (1944) - ESCRITORA NIGERIANA

De Buchi Emecheta publicou-se em Portugal, em 2000, o romance A Menina Escrava, (Editorial Caminho, Lisboa) numa tradução de Manuel Ruas.
Sob a autora, o livro junta algumas notas bio-bibliográficas, indicando ser natural da cidade de Lagos, na Nigéria. Muito nova sofreu a perda do pai, um empregado ferroviário. Com a idade de dez anos obteve uma bolsa para estudar num liceu metodista, que acabou por abandonar aos dezassete, casando e tendo o primeiro filho. Com o marido emigrou para Londres, onde este estudava, vindo-o mais tarde a deixar. Ao mesmo tempo que foi criando os seus cinco filhos, foi escrevendo pelas madrugadas para além de tirar um curso de sociologia.
O romance A Menina Escrava tem como ideia fundamental a tradição como fonte modeladora dos comportamentos. No entanto, mesmo em em comunidades próximas, a tradição pode ter interpretações diferentes. Assim, comunidades como as de Umuisagba, mais relacionadas com outras, têm tendência a respeitar menos a tradição. Outros como os de Ibuza, têm tendência para manter as tradições. Mesmo práticas externas que adoptaram com alegria, como a adopção da religião católica, não deixam de ser complementadas por práticas ancestrais. As velhas crenças e os velhos valores continuam a intervir na ideia de felicidade das pessoas. É isso que explica a alegria espontânea de Ojebeta, a menina escrava, que apesar da sua historia de vida ser dominada pela ideia de ser livre, não pode deixar de se sentir feliz quando o marido comenta o dinheiro que teve que gastar com ela, sentindo que foi bem avaliada. As palavras finais são uma forma irónica de denunciar a permanência da escravatura.
"Deste modo, enquanto a Grã-Bretanha saía novamente vitoriosa de uma guerra, gabando-se de ter posto fim à escravatura - que tanto ajudara a disseminar em todas as suas colónias negras -, Ojebta, agora uma mulher de trinta e cinco anos, mudava de dono."

sábado, 30 de julho de 2011

MARIA MANUELA ANANÁS - ESCRITORA INFANTO-JUVENIL

A escritora angolana Maria Manuela Ananás, durante uma visita dos alunos da escola São José do Cluny à União dos Escritores Angolanos (UEA), destacou a importante responsabilidade que a família tem na transmissão de conhecimento. Segundo ela, a formação do indivíduo passa pela família, pela escola e pela igreja, que deverão ter o cuidado de mostrar o que é a identidade cultural e o que dignifica o povo:

“Porque a nossa cultura, os nossos livros retratam aquilo que é o campo, a sanzala, os rios, os animais, os povos, as gastronomias, a dança, aspectos fundamentais para a valorização dos hábitos e costumes dos povos”, proferiu.

Fonte: União dos Escritores Angolanos



domingo, 20 de março de 2011

LUÍS KANDJIMBO -POETA, ESCRITOR E ENSAÍSTA ANGOLANO

Luís Kandjimbo nasceu, em 1960, em Benguela. Foi Conselheiro Cultural da Embaixada de Angola em Portugal e vice-ministro da Cultura do último governo da II República.
Presentemente, vai lançar um livro sob o título Ensaio para a inversão do Olhar - da Literatura Angolana à Literatura Portuguesa.
Trata-se de uma obra que corresponde à necessidade de eliminar hegemonias na produção de conhecimentos sobre outros povos e outras culturas e que reflecte sobre o fluxo desigual existente no plano dos discursos sobre as literaturas de língua portuguesa, denunciando o saber lacunar que prevalece em Angola sobre a literatura portuguesa.
A estrutura do livro tem como fio condutor a vontade de conhecer a literatura portuguesa, partindo da literatura angolana.
Fonte: JORNAL DE ANGOLA, 20/3/2011, online, consultado em 20/3/2011.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

"ANTOLOGIA DE CONTOS ANGOLANOS" LANÇADA EM CUBA

Na Fortaleza de San Carlos de la Cabaña, em Havana, foi lançada uma Antologia de Contos Angolanos, traduzida em espanhol pela estudiosa cubana Dominica Diez. Nesta obra estão representados 39 narradores angolanos.
Entre os escritores representados figuram Agostinho Neto, Arnaldo Santos, Boaventura Cardoso, David Mestre, Ondjaki, Óscar Ribas, Pepetela e Uanhenga Xitu.
Em Angola, a narração surgiu com o livro Nga Muturi, publicado por Alfredo Troni, em 1882.
Fonte: António Bequengue, Contos Angolanos lançados em Cuba, in jornaldeangola.sapo.ao/17/0/contos_angolanos_lancados_em_cuba, consultado em 15/2/2011.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

MALANGATANA (1936-2011) - PINTOR MOÇAMBICANO

O pintor moçambicano Malangatana nasceu em 6 de Junho de 1936, em Matalana, perto de Maputo e faleceu em Matosinhos (Portugal), com 74 anos de idade.
Malangatana é considerado uma das maiores referências artísticas africanas. Foi autor de uma obra multifacetada, marcada pelo activismo em causas sociais e culturais. Retratou com um estilo muito próprio, usando grandes formatos e cores vivas, alguns dos episódios mais convulsos da história recente de Moçambique, após o período da descolonização.
Abordou também temas figurativos, muitos deles através do conceito da sensualidade. A sua obra espalha-se pela cerâmica, tapeçaria, gravura e escultura.
Malangatana, antes de se dedicar à pintura, foi pastor, aprendiz de curandeiro e empregado doméstico.
Da sua actividade política, para além da sua luta contra a ditadura salazarista em Portugal, destaca-se a sua experiência como deputado, entre 1990 e 1994, pela Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique).
Malangatana expôs em Moçambique, em Portugal, Alemanha, Áustria, Bulgária, Chile, Brasil, Angola, Cuba, Estados Unidos, Índia...
A UNESCO nomeou-o Artista pela Paz, recebeu o prémio internacional Príncipe Claus que distingue anualmente figuras culturais da Ásia, África, América Latina e Caribe. Em Portugal foi agraciado com a medalha da Ordem do Infante D. Henrique.
Fonte: http://www.lavanguardia.es/cultura/20110105/54097673505/muere-malangatana-artista-referencial-en-africa.html, consultada em 5/1/2011. Neste dia a sua morte encontrou eco na maioria da imprensa internacional.