quinta-feira, 19 de julho de 2012

UANHENGA XITU (1924 - ) - ESCRITOR ANGOLANO



O escritor Uanhenga Xitu, nome Kimbundu de Agostinho André Mendes de Carvalho é considerado um dos escritores angolanos mais originais e carismáticos, cuja obra tem vindo a despertar, progressivamente, vários estudos científicos.
Enfermeiro de profissão, Uanhenga Xitu faz parte dos escritores angolanos que, na clandestinidade, contribuíram para a independência de Angola.
Da sua obra fazem parte livros como Mestre Tamoda (1984).
In WIKIPÉDIA, Uanhenga Xitu; Francisco Macongo, Um novo intelectual, no meio da sanzala, 3/3/2010 (foto)

PEPETELA - ESCRITOR ANGOLANO



Na "Folha de S. Paulo" (1/7/2008) pode ler-se uma breve resenha do livro Predadores, de Pepetela, em que este analisa a sociedade angolana, no período de transição que se viveu a partir de 1974. Aí, relaciona-se Pepetela com o escritor brasileiro Jorge Amado:

"Seu estilo simples e direto do relato faz lembrar a escola de Jorge Amado, homenageado de 2006. As temáticas são as mesmas, as trajetórias de seus personagens tocam pontos comuns [a paixão, o poder, o patriarcado, o dinheiro como força motriz e destruidora], e ambos seguem certa linha do engajamento formal na literatura."

In FOLHA DE S. PAULO, 1/7/2008; WIKIPÉDIA; Pepetela (foto)

TAZUARY NKEITA - EM BERLIM







Tazuary Nkeita esteve em Berlim a convite do Instituto das Ciências Asiáticas e Africanas da Universidade de Humboldt. Aí falou da sua obra e do seu mais recente livro, O Último Segredo.

Nessa sessão literária falou-se de tradições, da independência de Angola, do futuro e da passagem do testemunho.

A anfitriã, Prof. Ineke Phaf-Rheinberger, salientou o papel da tradição angolana na elaboração do livro, declarando acerca da personagem principal, Yanda, o seguinte:

"Yanda é uma derivação da figura mítica de Kianda, uma sereia ou espírito das águas, que também é associada à própria capital do país, Luanda, sinal de um país dividido entre a tradição ancestral e a modernidade."

In BERLINDA, 12/7/2012; Ineke Phaf-Rheinberger, "O Último Segredo", revelado em Berlim; ATURA-LITER-ATURA, 31/12/2010

terça-feira, 17 de julho de 2012

JOSÉ EDUARDO AGUALUSA


A revista brasileira VEJA publicou em 4/6/2010 uma entrevista com o escritor angolano José Eduardo Agualusa efetuada no Festival da Mantiqueira, em São Francisco Xavier.
Nela, entre muitas outras coisas fala da importância do ritmo:

"De que maneira a música reverbera no seu texto?
Eu tenho uma preocupação grande com o ritmo e a melodia interna da frase. Tanto que o livro As Mulheres do Meu Pai teve o primeiro parágrafo, que é escrito em prosa, musicado por um cantor português, João Gil. Num primeiro momento, quando ele me contou que havia musicado o texto, eu tomei um susto. Achei que não tinha resultado bem, mas acabei gostando. E fiquei feliz porque mostra que aquilo que escrevo tem alguma melodia, tem algum ritmo. Sempre digo aos tradutores: a única preocupação que eu tenho é de que as frases mantenham o ritmo."


A entrevista é fértil em ironia, como aquela que revela ao falar da pergunta mais absurda que lhe fizeram no Brasil, sobre a situação da escravatura em Angola, à qual respondeu:


"E o que você disse?
Eu disse, Olha, eu acho bom que você tenha colocado essa questão, porque é uma questão tão atual, e é um escândalo que continuem chegando ao Brasil navios carregados de escravos, e a Armada Britânica não consegue fazer nada. A menina ficou chocada e disse, É verdade isso, é verdade?? (Risos.)"
In VEJA, 4/6/2010; WIKIPÉDIA; José Eduardo Agualusa (foto)

quarta-feira, 4 de julho de 2012

ROTIMI BABATUNDE VENCEU O PRÉMIO CAINE 2012

Rotimi Babatunde


O escritor nigeriano Rotimi Babatunde venceu o Prémio Caine 2012, o prémio literário dos escritores africanos, com o conto Bombay's Republic, que fala de um soldado nigeriano, lutando em Burma, durante a II Guerra Mundial. Rotimi Babatunde vive no estado nigeriano de Ibadan.
O prémio foi recebido na Biblioteca Bodleian em Oxford.
Obras ficcionais e poemas de Rotimi Babatunde têm sido publicados em jornais africanos, europeus e americanos.
In SOWETAN LIVE, 4/7/2012; CBC NEWS, 3/7/2012; THE CAINE PRIZE, shortlisted writers for 2012.

ANDREW MURRAY (1828-1917) - RELIGIOSO E ESCRITOR SUL-AFRICANO

Andrew Murray


O pastor e escritor sul-africano Andrew Murray nasceu em Graaff Reinet, na África do Sul. Oriundo de uma família profundamente religiosa, o pai foi missionário da Igreja Reformada Holandesa e a mãe era descendente de huguenotes franceses e luteranos alemães, o seu futuro religioso cedo ficou determinado.
Andrew Murray fez os seus estudos em Aberdeen, na Escócia e, posteriormente, estudou teologia na Universidade de Utrecht.
A sua obra literária reflete o trabalho religioso que o ocupou ao longo da vida. Dela fazem parte os seguintes títulos: Abide in Christ; Absolute Surrender; Be PerfectDivine Healing; God's Will: Our Dwelling Place; etc.
In Wikipédia, Andrew Murray (foto).

terça-feira, 3 de julho de 2012

NOVO DICIONÁRIO PORTUGUÊS-KIKONGO



O escritor angolano Francisco Narciso Cobe vai proceder ao lançamento, na cidade de Uige, do novo Dicionário Português-Kikongo, concretizando um sonho de uma das suas áreas de formação científica - as ciências da linguagem.
O kikongo ou quicongo (igualmente conhecido por cabinda, congo, kongo ou kikoongo) é uma língua africana falada pelos bacongos nas províncias de Cabinda, Uíge e Zaire, no norte de Angola; e também no Baixo-Congo, na República Democrática do Congo e nas regiões limítrofes da República do Congo. O kikongo que era falado no antigo Reino do Congo, é uma das línguas nacionais de Angola, possuindo diversos dialetos.
In Chuza!, 3/7/2012; Wikipédia, Kikongo; Wikipédia, Reino do Kongo (mapa); Facebook (foto).


Francisco Narciso Cobe

ANOUAR BENMALEK (1956- ) - ESCRITOR FRANCO-ARGELINO



O escritor franco-argelino Anouar Benmalek nasceu em Casablanca, em 1956. Matemático de formação, ensina na Faculdade de Farmácia de Université Paris-Sud. Alguma imprensa francesa classifica-o como Faulkner mediterrânico.
É autor de uma extensa obra, onde figuram títulos como: Cortèges d' impatiences (1984, poesia);  La Barbarie (1986, ensaio); L'enfant du peuple ancien (2000, romance).
In Wikipédia (foto).

DESTRUIÇÃO DE MAUSOLÉUS EM TOMBUCTU



A cidade de Tombuctu, no Mali, considerada uma jóia africana, tem vindo a ser objeto de graves atos de vandalismo. Com efeito, seis dos 16 mausoléus que estão inscritos na lista de Património Mundial da Unesco, foram destruídos.
A denúncia da situação partiu do maliano Lassana Cissé do comité científico do ICOMOS (Conselho Internacional dos Monumentos e dos sítios) e responsável pelo património mundial no Mali.
A falta de apoio às populações, afasta qualquer possibilidade de se vir a por termo a tais atos.
A cidade de Tombuctu que fica situada às portas do deserto do Saara e a mil quilómetros da capital,  tem 30 mil habitantes. Considerada património da humanidade desde 1988, deve a sua fundação aos tuaregues. A prosperidade que alcançou, sobretudo nos séculos XV e XVI devido ao comércio das grandes caravanas, transformou-a no centro cultural e espiritual de África, a partir do qual se alargou o Islão para uma grande parte do continente. 
In Cláudia Carvalho, O que se está a passar em Tombuctu "é uma loucura", Público, 2/7/2012; Wikipédia (foto)

domingo, 1 de julho de 2012

JOSÉ EDUARDO AGUALUSA - ESCRITOR ANGOLANO



O escritor angolano José Eduardo Agualusa esteve em Fortaleza, no Brasil, onde deu uma entrevista ao jornal O Povo, em 18/6/2012. Nela falou da proximidade que tem havido, nos últimos tempos, entre o Brasil e Angola, e África de uma maneira geral.
Sobre a presença da literatura angolana em Portugal e a sua natural importância, José Eduardo Agualusa diz o seguinte:
"É curioso porque há uma série de escritores hoje em Portugal que tem origem angolana, são vários, não são apenas esses. O Gonçalo é um grande escritor. Eu acho que o Gonçalo é hoje no universo da língua portuguesa talvez a figura mais interessante. Das vozes mais novas evidentemente. Temos escritores mais velhos como o Lobo Antunes, que tem uma presença no mundo. Mas o Gonçalo é extremamente traduzido hoje e realmente é uma figura surpreendente. Então temos o Gonçalo, que é de Luanda; o Valter Hugo, que creio nasceu no norte da Angola; temos uma outra escritora, a Filipa Melo, que é também de origem angolana; e há mais ainda. Eu uma vez fiz uma lista e são muitos. Agora são pessoas que foram muito jovens para Portugal e que de uma maneira geral não têm uma relação muito forte com Angola. O Valter tem alguma. O Gonçalo menos:"
In O Povo, 18/6/2012; Rafa Lombardino - Notícias Literárias, 26/6/2012, Wikipédia (foto)