O escritor moçambicano Mia Couto foi distinguido com o prémio internacional de literatura Neustadt. Trata-se de um prémio que é atribuído, de dois em dois anos, pela Universidade de Oklahoma, no valor de 50 000 dólares.
Entre os já galardoados com este prémio, figura o escritor brasileiro João Cabral de Melo Neto.
O escritor angolano Ondjaki foi o vencedor do Prémio Saramago, pelo romance, Os Transparentes.
Este ano, Ondjaki foi já galardoado com o Prémio Fundação Nacional do Livro Infantil, relativamente à sua obra de ficção juvenil, A bicicleta que tinha bigodes. A mesma obra tinha-lhe já proporcionado no ano passado o Prémio Bissaya Barreto.
Ondjaki é o pseudónimo literário de Ndalu de Almeida.
A obra Teoria Geral do Esquecimento do escritor angolano José Eduardo Agualusa venceu o Prémio Fernando Namora.
O júri, presidido por Vasco Graça Moura, sublinhou "a escrita ágil de um autor que sabe realizar uma especial economia de efeitos, encontrando uma linguagem em que o português é falado em intercepção com outros modos".
Na short list, para além de José Eduardo Agualusa, constavam ainda os nomes de Afonso Cruz, Ana Cristina Silva, Julieta Monginho e Rui Nunes.
No âmbito do lançamento de duas das mais importantes obras de José Saramago, Mia Couto faz a leitura de um trecho de Levantado do Chão. A leitura é antecedida por alguma palavras em que o escritor moçambicano recorda Saramago e a sua personalidade.
Fonte: Youtube, video colocado pela Catraca Livre.
O escritor, dramaturgo e poeta angolano José Mena Abrantes vai ser homenageado pelo FESTLIP - Festival de Teatro da Língua Portuguesa, que se realiza no Rio de Janeiro, e que este ano atinge a sua quinta edição.
Nele serão exibidas sete peças inéditas de Angola, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Portugal, com a participação especial da Guiné-Bissau e de Timor Leste.
José Mena Abrantes tem 21 títulos publicados entre textos líricos, dramáticos e de ficção. É um dos nomes mais importantes da cultura angolana e um dos principais artífices do intercâmbio cultural internacional, designadamente nos festivais de teatro em Cabo Verde, Brasil, Itália, Moçambique e Portugal.
José Mena Abrantes fundou o Elinga-Teatro, com o qual colabora encenando textos seus e de outros autores.
O escritor sul-africano Deena Padayachee nasceu em Durban e trabalhou como médico num dos distritos da cidade, durante o período do apartheid. Durante esse período foi virtualmente impossível publicar os seu contos nas principais revistas sul-africanas, tendo por isso sido divulgados em Nova Iorque (Short Story International). Durante esse período publicou um livro, A Voice from the Cauldron (1987).
O seu livro What's Love Got to Do with it? recebeu o Prémio Olive Schreiner, em 1994, da Academia Inglesa da África do Sul.
Fontes: World Literature Today, novembro 2012; WIKIPÉDIA, Olive Schreiner Prize.
O escritor moçambicano Mia Couto é um dos finalistas do "Nobel " americano, o Prémio Neustadt criado em 1969 para consagrar romancistas, poetas e dramaturgos. Trata-se de um prémio bienal patrocinado pela Universidade de Oklahoma e pela revista World Literature Today.
A lista para o Prémio Neustadt, a entregar em 2014, engloba para além de Mia Couto, o escritor argentino César Aira, a vietnamita Duong Thu Huong, o ucraniano Ilya Kaminsky, o japonês Haruki Murakami, o norte-americano Edward P. Jones, o sul-coreano Chang-rae Lee, o palestiniano Ghassan Zaqtan e Edouard Maunick, das ilhas Maurícias.
Fontes: Agência Lusa; Jornal I, 18/7/2013; WIKIPÉDIA, Prémio Internacional Neustadt de Literatura; SAPO foto, fatimaisabel.
Faleceu no hospital da Praia, com a idade de 72 anos, o músico popular cabo-verdiano Séma Lópi, de seu nome de baptismo Simão Tavares Lopes. Séma Lópi foi um dos maiores compositores e interpretes do funaná, um género musical típico da ilha de Santiago.
Ao longo da sua carreira, Séma Lópi gravou um único CD, chamado Cabra Preta.
O funaná está associado ao acordeão diatónico (concertina), conhecida em Cabo Verde como gaita.
Fontes: ÁFRICA21, 20/6/2013; YOUTUBE, Cabra Preta; WIKIPÉDIA, Funaná
Um documentário sobre Amílcar Cabral foi exibido em Clichy-la-Garenne, nos arredores de Paris. Trata-se da curta-metragem Cabralista de Valério Lopes que já foi distinguida no Festival Internacional Pan-Africano de Cannes, em que retrata a memória coletiva de Amílcar Cabal nos mais jovens.
Valério Lopes, ainda que nascido no Luxemburgo, tem as suas raízes em Cabo Verde.
O escritor angolano João Melo, nascido em Luanda, vai lançar o seu novo livro intitulado Os marginais e outros contos. A apresentação do livro será feita pelo professor Carlos Reis.
João Melo tem já editado, em Portugal, outros títulos como: The Serial Killer (2007); Filhos da Pátria (2007); O homem que não tira o palito da boca (2009); e Cântico da terra e dos homens (2010).
Como poeta, João Melo tem criado uma poesia profundamente angolana que remete para outros poetas universais como Álvaro Campos, Drummond de Andrade e Paulo Leminski.
João Melo estudou Direito em Portugal e Angola, licenciou-se em Comunicação Social e o fez o mestrado em Comunicação e Cultura no Rio de Janeiro.
Como jornalista trabalhou na Radio Nacional de Angola e na Agência Angola Press. Foi membro fundador da União dos Escritores Angolanos. Atualmente dirige a Nova Movimento, empresa que edita a revista África 21.
Fontes: África 21, 9/7/2013; Wikipédia, João Melo; Infopédia, João Melo (Angola); XXII FERIA INTERNACIONALE DEL LIBRO CUBA 2013 (foto)
O poeta e critico literário angolano Lopito Feijóo, num balanço que faz da atual produção literária angolana, constata que apesar da evolução editorial que se tem verificado no país, a qualidade literária não tem tido a mesma correspondência. Faltam as novas revelações, sendo os nomes de Ondjaki e Nok Nogueira a excepção. Segundo ele, mesmo na União dos Escritores Angolanos quem faz a melhor literatura são os autores de 70 e 80.
Quanto às causas, na opinião de Lopito Feijóo, elas residem no fraco domínio da língua portuguesa e das outras línguas nacionais. Em face disso, defende que a reforma educativa que o país está a fazer deverá dar muita atenção ao ensino da língua.
Lopito Feijóo nasceu em Malange, em 1963, tendo-se licenciado em Direito pela Universidade Agostinho Neto.
Da sua obra literária fazem parte as seguintes publicações: Entre o Écran e o Esperma (1985); Doutrina (1987); Me Ditando (1987); Rosa Cor-de-Rosa (1987); Na Idade de Cristo (1987); Corpo a corpo (1987); Cartas de Amor (1990); Brilho de Bronze (2006); Andarilhos doutrinário (2013).
Fontes: ANGOP, 3/7/2013; ANGOP, 4/7/2013; INFOPÉDIA; SAPO fotos.
O escritor angolano John Bella lançou um novo livro destinado ao público infantil, intitulado As lágrimas do Rei-Sol. John Bella é o pseudónimo literário do escritor e jornalista angolano Jorge Marques Bela, nascido em Luanda, em 1968, no município de Sambizanga. Esta obra é ilustrada pela artista plástica Marcela Marcos, e editada pela Atlântida - editora Yetu.
A obra pretende transmitir uma mensagem aos mais novos, incutindo-lhes o respeito pela conservação da natureza.
Membro da União de Escritores Angolanos, John Bella figura em várias antologias, entre as quais a Antologia do Mar na Poesia Africana de Língua Portuguesa do Século XX. Em 1995 publicou o livro de poesia Água da Vida, com prefácio de Uanhenga Xitu; em 2001, Panelas cozinharam madrugada e conto infantil Caixa Mágica; em 2003, O Cântico Romântico à Paz.
Fontes: Angola Press, 28/6/2013; Infopédia, John Bella; TPA, 25/9/2012, foto.
"Santome", a língua crioula mais falada na República Democrática de São Tomé e Principe, foi objeto de estudo e da elaboração de um dicionário da autoria de Gabriel Antunes de Araújo (Universidade de São Paulo/CNPq) e de Tjerk Hagemeijer (Universidade de Lisboa).
O Dicionário livre de santome-português / Livlu-nglandji santome - putugêji, segundo os seus autores vem preencher uma lacuna na descrição e normalização do santome.
Fontes: CENTRO DE ESTUDOS AFRICANOS, notícias 17/6/2013.
O escritor angolano José Cassequi, nascido no município de Sanza Pombo, província de Uíge, apresentou um livro intitulado Pombo da Minha Terra ou Sanza Pombo minha terra (JA)
A obra é composta por três contos que retratam aspetos socioculturais de Sanza Pombo, como óbitos, casamentos, justiça, comportamento humanos e a manutenção de uma língua, o kiko ngo. Neles são ainda descritos, o sofrimento, a miséria e fome que levaram os habitantes de várias regiões a abandonarem a sua originalidade devido aos efeitos da guerra.
José Cassequi especializou-se em sistemas informáticos, pela Cape Town University (África do Sul). É ainda licenciado na especialidade de línguas e literaturas africanas, pela Universidade Agostinho Neto.
FONTES: ANGOLA PRESS, 21/5/2013; JORNAL DE ANGOLA, (JA) 19/5/2013; SANZA POMBO ANGOLA TERRA PRECIOSA (foto)
Do realizador Flora Gomes, da Guiné-Bissau, surge o filme "República de Mininus" O argumento é do próprio Flora Gomes, e do elenco fazem parte Bruno Mauro Armindo Nhavene, Danny Glover, Hedviges Mamudo, Joyce Simbine Saiete, Melanie de Vales Rafael.
O argumento do filme fala de um país em guerra, em que adultos apavorados com as tragédias que provocaram, fugiram abandonando as crianças à sua sorte. Nasce assim um país em que médicos, empregados, políticos... são crianças.
Flora Gomes nasceu em Cadique, Guiné-Bissau, em 31/12/1949 e é um dos mais importantes cineastas africanos. No seu cinema procura traçar retratos africanos, recorrendo ao mito e à história atual.
Sobre o cinema da Guiné-Bissau, ver Filomena Embaló.
O livro Avó Dezanove eSegredo do Soviético de Ondjaki foi publicado em polaco, pela editora Karakter, de Cracóvia, numa tradução de Michal Lipszyc.
A obra do escritor angolano surge no mercado polaco sob a designação de Babcia 19 i sowiecki sekret.
Michal Lipszyc traduziu já vários escritores lusófonos: Mia Couto, José Eduado Agualusa, Gonçalo M. Tavares e Fernando Pessoa.
Fontes: Instituto Camões, 01/03/2013; Sapo (foto).
O escritor angolano Boaventura Cardoso vai lançar na Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, o romance Noites de Vigília. Do evento fará parte também uma mesa-redonda com o próprio autor, além de Laura Padilha, professora do Instituto de Letras da UFF, Carmen Tindó, professora a Faculdade de Letras da UFRJ, e Rafael Dominguez Lenz César, professor de português e pesquisador da obra do autor.
Boaventura Silva Cardoso que é membro fundador da União dos Escritores Angolanos, nasceu em Luanda, em 1944, tendo vivido parte da sua infância em Malanje.
Boaventura começou por publicar os seus primeiros poemas aos 23 nas páginas dos jornais culturais de Luanda. Integrou a "geração de 70", ao lado de Manuel Rui, Jofre Rocha, Ruy Duarte de Carvalho e Jorge Macedo. Assim como os outros autores que integraram esse movimento, a sua obra é marcada por uma forte vocação pelos valores e ideais revolucionários conducentes à independência e à liberdade.
Publicou Dizanga dia Muenhu, O Fogo a Fala, A Morte do Velho Kipacaça, O sino do Fogo, Maio, Mês de Maria, e Mãe, Materno Mar.
Fontes: Wikipédia, Boaventura Silva Cardoso; Jornal do Brasil, 9/1/2013; Lu Lacerda / IG, 8/1/2013.
A Ministra da Cultura Angolana, Rosa Cruz e Silva defendeu uma maior divulgação da dança Katambi do Kwanza Sul.
Segundo ela, "a população da província, as mamãs e as autoridades tradicionais que guardam este saber desta dança muito importante para nossa cultura porque é original e pura".
Ainda segundo ela, as danças podem ser modernizadas, mas não adulteradas, por forma a manter a sua originalidade.
Fonte: Angola Press, 9/1/2013; Wikipédia, Sumbe, (foto)